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Thaísa Freitas

Eu nunca fui magra!

Quem não engordou na pandemia que atire a primeira coxinha! Eu cheguei a engordar 20kg. Isso e alguns outros problemas me deixaram muito pra baixo... a ponto de eu nem querer mais aparecer nas redes sociais.

E essa semana uma polêmica sobre a busca do corpo perfeito tomou as redes após uma jovem muito linda e bem magra, morrer ao se submeter a uma lipoaspiração.


Isso me fez pensar muito em como o outro interfere na nossa imagem. Vou contar para vocês porque eu nunca fui magra:


Eu era uma bebezinha bem linda olha só:

Sempre fui bem bochechuda... do rostinho redondo!

Por volta dos 6 anos de idade eu passei por um período de muita ansiedade. Minha mãe começou a trabalhar de 18:00 as 00:00 e eu e minha irmã mais velha ficávamos sozinhas em casa. Minha mãe trabalhava ao lado da nossa casa e estava sempre correndo lá para ver como estávamos... isso quando não a gritávamos pela janela mesmo. rss

E foi nesse período que eu engordei bastante.

Eu perdi todas as minhas roupas em pouco tempo! Eu comia tudo que tinha na geladeira... tudo mesmo!

Antes da minha mãe sair para trabalhar eu já perguntava: "Mãe, e se eu ficar com fome?", e assim eu passava a noite toda beliscando e comendo tudo que via pela frente.

e fiquei bem gordinha!

E foi nessa época que todo mundo passou a me chamar de gordinha, bolinha, popotinha, cheinha, fofinha...

Na grande maioria das vezes não era por maldade. Eram os parentes querendo fazer um carinho, a minha mãe me chamando carinhosamente, estranhos querendo amenizar ao se referirem a menininha gordinha, e também algumas vezes a minha irmã esfregando a magreza eterna dela na minha cara no meio de uma briga ou algum amiguinho da escola mesmo me zuando.

Cheguei a ser chamada de 'Mônica": Baixinha, gordinha e dentuça! rss


Até que aos 12 anos, mais ou menos, eu mudei de turno na escola, os hormônios mudaram, dei uma esticada e fiquei assim:

Magra! Bem magra! Na aparência sim, na minha cabeça não!

Eu estava sempre oscilando de peso, lutando com a balança... as vezes mais cheinha as vezes sequinha, mas nunca me achava magra. Nunca!

Até mesmo porque algumas pessoas ainda me chamavam de gordinha, mesmo com esse corpo:

Eu sempre me descrevia e me via como uma pessoa gorda.

Eu sempre tive as coxas grossas, rosto redondinho, então eu não era um padrão de magreza aceitável na minha cabeça.

E isso foi assim quase que a vida toda!


Sabe quando minha ficha caiu? Quando um amigo do colégio que eu estudei (Escola Municipal Jose Ovídeo Guerra, rss) me achou em uma rede social e perguntou se eu me lembrava dele e me mandou a seguinte frase:

"Eu lembro de você direitinho... você era magrela!"

Ai nesta hora eu ri e disse: "Ah então você está confundindo... não sou eu!"

Ai ele disse que era eu sim e me mandou uma foto da época do colégio para provar que estava certo.

Era eu! magra... bem magra... mas para mim parecia impossível esta descrição caber a mim. Eu nunca na vida tinha me enxergado magra.


Neste dia eu peguei uma caixa de fotos antigas e fui vendo que realmente eu já fui magra. Mas os padrões, os apelidos, a ansiedade, a insegurança nunca me deixaram ver isso. Passei uma vida inteira me achando gorda e lutando contra isso!

Me curei? Não... mas já não sou tão neurada! Ou sou! rss


Depois da gravidez da Lara consegui voltar ao corpo melhor do que eu tinha antes dela:

Engravidei do Theo e voltei a me cuidar.

Me priorizei! Fiz terapia... voltei a correr, que para mim é como terapia, melhorei a alimentação, comecei a treinar com a ajuda do Felício D'Angelo, meu personal, e fiquei assim:


Estava satisfeita? Estava! Mas não achava que eu estava magra!

Hoje, 15 kg ainda acima desse peso, vejo o quanto eu nunca estava satisfeita!


E porque eu contei tudo isso aqui?

Para a gente parar para refletir!


Que imagem seu corpo passa para você? Você quer atender padrões ou se sentir bem?

Para estarmos com um corpo legal, primeiro precisamos estar com a cabeça legal! Traumas, crenças, ansiedade, depressão sempre irão distorcer sua imagem... seja para mais ou para menos.


E outra coisa muito importante: Temos que ter mais cuidado com as palavras.

As vezes uma brincadeira com uma criança ou até mesmo com um amigo adulto gordinho machuca, reforça e limita.

Precisamos estar atentos ao que nos falamos para nossos filhos e também perto deles. Passar esta preocupação excessiva com peso para eles, pode distorcer a imagem que eles tem de um corpo perfeito, e pior ainda, distorcer a imagem que eles tem do seu próprio corpo.


Aqui em casa foi preciso a terapeuta da Lara abrir meus olhos.

Eu sempre tive muito cuidado a me referir ao corpinho dela para ela, mas nunca tive cuidado ao me referir ao meu na frente dela! Sempre preocupada com meu peso, com meu corpo, comendo com culpa e me pesando sempre, ela passou a acreditar que todas nós precisamos dessa preocupação! E não! Não precisamos!


Precisamos estar atentos sim a obesidade e peso por causa da saúde, mas não precisamos virar fiscais do corpo alheio.


Saúde é se alimentar bem, fazer atividades físicas, ter uma mente saudável... e isso tudo cabe em qualquer corpo!


Um corpo bonito é onde mora uma pessoa feliz!


Agora me conta como é a sua relação com seu corpo? Clica aqui e comenta nessa minha foto!

Vamos bater um papo?





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